O que são as mucosferas? Um novo aliado na captura de carbono nos oceanos
As mucosferas, estruturas mucosas complexas, estão ganhando destaque na ciência por seu papel crucial no ciclo do carbono nos oceanos. Secretadas por protistas mixotróficos, como Prorocentrum cf. balticum, essas esferas servem como armadilhas engenhosas para presas microscópicas e podem contribuir significativamente para a exportação de carbono das águas superficiais para o fundo do oceano.
Segundo estudos recentes, esses protistas produzem mucosferas em resposta à luz e à disponibilidade de presas. Durante o dia, as células fotossintetizam e formam uma estrutura esférica de até 100 µm, preenchida com água do mar. À noite, utilizam pistas químicas para atrair presas, que ficam presas na mucosfera, sendo posteriormente consumidas. Após a ingestão, o protista descarta a mucosfera, que afunda e leva consigo carbono orgânico para as profundezas.
Essas armadilhas mucosas não apenas auxiliam na alimentação do protista, mas também desempenham um papel biogeoquímico essencial. Estimativas sugerem que o fluxo de carbono associado às mucosferas pode atingir até 0,29 mg C m−2 por dia em condições normais, aumentando significativamente em eventos de floração. Esse processo é comparável ao impacto de estruturas gelatinosas produzidas por zooplâncton maiores, tradicionalmente vistos como principais vetores de carbono para o oceano profundo.
A descoberta de que mucosferas são fundamentais na exportação de carbono revela um mecanismo até então subestimado no papel dos protistas mixotróficos na bomba biológica de carbono. Além de serem uma ferramenta fascinante de forrageamento, as mucosferas representam um importante caminho para o sequestro de CO₂, contribuindo para a regulação do clima global.
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